Ilustração de Gabriel Moreno
Escrever é um prazer e um sofrimento que eu escolhi para mim. E embora eu tivesse em mente objetivos pueris de mudar o mundo, quando cursei jornalismo, hoje só penso em disseminar a beleza, a moda, a alegria e a arte, além de entreter as pessoas.
Para tal, eu uso 0,75% do que a faculdade me ensinou. No restante do meu tempo eu vou fazendo, vejo no que dá, sinto, cheiro, olho, e tento passar o que eu sinto, seja bonito, feio, ou esfuziante. Meu negócio é fazer moda, e nem faz tanto tempo que descobri. O que eu sempre soube é do que não gostava, e do que não gosto.
Hoje, aos quase, 40 anos de idade, sinto a inconsequência profissional (para alguns) chegando nos tampos. Hoje, me dou ao luxo de dizer não, e de implorar por um sim, quando acho que vale a pena. E pago o preço por isso, nem sempre alegremente, mas sempre EU.
Estou aqui, dando essa enrolada em vocês, pois quero voltar a escrever aqui, sobre tudo. Sobre a moda que me faz ser mais feliz, sobre amor e sexo, outra editoria que eu adoro, e sobre o nada. Talvez eu me atreva a dar uma versada sobre algo ligado ao público, à chata, porém necessária política, e sobre a cor dos pelos dos focinhos do meu cachorro, ou seja, tudo importante, ou não.
Cinema é um dos meus motores, eu considero quase uma terapia, bem melhor do que analista, mesmo porque, tenho dó de pagar alguém para me ouvir, tenho amigos para isso. Uns dois. Me julguem, não quero menosprezar profissional nenhum, mas, não me sinto no momento de pensar nisso. Há tantas coisas para ver, e para refletir, livros para ler, filmes para ver, trabalhos a fazer…whatever darlings.
Minha última sessão de terapia foi “A invenção de Hugo Cabret”, uma verdadeira homenagem à sétima arte, repleta de sonhos, e ao mesmo, a tristeza por ver alguns deles enterrados. Ele tem um certo ar de “Cinema Paradiso” em 3D.
A fotografia da película de Martin Scorcese, um diretor que passei a admirar, é outra coisa (das várias), que me fizeram chorar, e as lágrimas teimavam em cair quando um rasante de câmera passeava pela Paris dos anos 20. O filme foi rotulado como infantil, deveria ser universal. Vá ver, correndo.
Ahh, eu e meu fraco por Paris. Mas isso é um capítulo de uma outra aventura minha bem real e não menos sensacional.
E não é que esse texto que começou meio bucólico acabou me animando? Nem pensei em um começo, um meio e um fim quando me coloquei a cumprir a meta de postar aqui hoje. Quem nunca? Eu sempre.
Câmbio