Arquivo da categoria: Tristesse

Denúncia e alerta

Olá amigos, no ano passado postei no Suando uma reportagem exibida no programa Mais Você sobre maus tratos sofridos por animais tratados em pet shops, na hora da tosa e do banho. Eu e os que amam os animais, não queremos que um estranho sem preparo os maltrate, machuque ou mutile. Acho importante divulgar.

Veja o post.

Óleo e água

Há muitas maneiras de se protestar, o clichê máximo de que “uma imagem vale mais do que mil palavras nunca foi tão verdadeiro e poderoso. A Revista Vogue italiana comprova isso no excelente ensaio que acaba de ser publicado na edição de agost. A modelo Kristen McMenamy sofre as mesmas intempéries trágicas que os pássaros e outros animais que estão sendo dizimados por um vazamento de óleo que vem ocorrendo na Bacia do Golfo do México. A natureza grita, avisa a altos brados e o ser humano não ouve. Assistimos de camarote tudo se encaminhar para um fim. Enquanto isso, alguns artistas tentam levantar os olhos do mundo de cima de seus umbigos para trazê-los à luz. Um último chamado para a vida como a conhecemos hoje.

clique na foto para ver todo o ensaio

É tarde até que arde

Tarde até para um chá?

Correr, cumprir, respeitar o cronograma. Hora par acordar, hora do café, hora do almoço, hora de se estressar, hora para descansar. Tudo cronometrado, porque tal lugar vai fechar tal hora, e disciplina é fundamental para o andamento da sociedade. Uma vida regrada é o segredo da felicidade, além de comer pouco, beber pouco. Falar demais, sempre.

Todo mundo corre, eu corro, o tempo corre, e no caminho vai ficando um pouco de tudo, um pouco de mim. E tudo é tão rápido que também não há tempo para se pensar, apenas agir. E assim transcorrem-se os dias, os meses, e os anos. A minha juventude, a minha beleza, minha paciência. Será que ainda tenho algo para dar? amor, pensamentos, sentimentos? Tenho a sensação que na correria tudo vai se esvaindo. Penso que aproveito o tempo parada no engarrafamento para pensar na vida, e que em raros momentos de descanso, a meditação se transforma num cochilo. Sinto uma espécie de nó na garganta, algo não desce bem e pára no esôfago. Lembro de repente, que não vejo minha melhor amiga há semanas, e que o contato com meus pais que moram comigo e com meu namorado têm sido sofríveis, aquém do que todos merecemos e sabemos que podemos dar. Mais vida, mais amor, mais tempo, mais sorrisos, mais céus azuis (estou obcecada pela cor).

A paródia de Alice no tal país da maravilhas nunca me pareceu tão atual, por isso o genial Tim Burton fez um filme. E por isso eu estou aqui conjecturando a respeito do meu cansaço e tristeza diante de tamanha maratona à qual me submeto em vários dias. Mulheres e homens independentes sofrem disso, eu imagino. Para fazer o queremos, do nosso jeito, ou para condensar as vontades da vida em um dia apenas, no caso o sábado, precisamos nos equipar de fé e Jesus no coração. Às vezes, quem aparece mesmo é o arquiinimigo dele. Ele parece estar reinando. Deus precisa abrir o olho.

Tenho me perguntado para quê tudo isso, vale a pena, ter a pretensão, ou realmente encenar tantos papéis? O horizonte vai se afunilando, os objetivos cada vez mais mundanos. Dormir dez minutos a mais, sentir-se vazio, poder entender o sentido da meditação, ser calmo, sereno. O melhor conselho: “Viver um dia de cada vez”. Praticamente uma piada. Faz rir, e logo em seguida me dá uma vontade de chorar. Logo eu que estou afundada até a nuca com cronogramas.

Daqui a pouco vou ter que marcar deadline para transar, para lembrar de ir ao gineco, de lembrar de mim, de me olhar no espelho com tempo para ver a expressão dos meus olhos. (Nesse minuto, talvez pensar rápido, e refletir, “estou feliz”?). Ainda assim, tento contentar a todos os que me rodeiam, sem magoar ninguém, claro. Esqueci desse item, eu nunca magôo ninguém, prefiro eu mesma sofrer. É um traço meu. Gosto de sentir que fiz as pessoas felizes. Estou tentando mudar isso. Quero é ser boa para mim, eu mesma, na qualidade de “myself”, sacam?

Por agora, quero pensar no show do Coldplay, amanhã, pois lá no Morumbi estarei.

Almas secas

Por mais que o homem evolua, e crie mil parafernálias tecnológicas, nanotecnologia, invente a tv que dobra, invente o teletransporte, a natureza continuará a dar sua tacada mais forte, a soprar seu hálito por vezes, destruidor só para mostrar quem tem mais força e que o preço a ser pago será cada vez mais alto pela destruição do meio ambiente e de seu delicado equilíbrio.

As pessoas, as suas atitudes e suas preocupações continuam relegadas a seu prórpio umbigo e a seus times de futebol. Se cada ser humano pensasse por cinco rápidos minutos, somente isso, nas consequências de seus atos, tantas mortes e tanta estupidez poderiam ter sido evitadas.

Depois do encerramento do Campeonato Brasileiro no domingo (5/12), vi todo o tipo de cenas extremas na tv, das mais bonitas, de festa, de comemoração, e as mais degradantes de violência gratuita, tive alguns pesadelos pensando nisso. Talvez minha ansiedade não preste para absolutamente nada. Pois eu estou aqui na minha casa no dia hoje, paralisada pela chuva, e pela minha impotência. E sei que preciso fazer algo, mesmo que pouco, por mim, pela natureza e pelo mundo. Nem que seja plantar uma árvore em algum lugar, usar menos plástico, comer melhor, viver melhor. Acho que viver bem é o melhor remédio para tudo. O equilíbro, o meio termo. Não sou muito boa com moderação, ando tentando sentir algo que não esteja quente ou gelado. E novamente me pergunto qual a finalidade, qual a lição de se viver permanentemente no limite? Será que é disso que precisamos para nos sentirmos saciados?

Sempre penso nesse tipo de coisas, mas tudo perde um pouco o peso, quando vejo uma pessoa que perdeu três dedos da mão numa briga entre torcidas. Uma enfermeira que provavelmente não poderá mais trabalhar.

Me pergunto se esses infelizes que jogaram bombas dentro de um ônibus cheio de pessoas que eles nem sequer conheciam, tinham a mínima noção do que faziam?

Tomara que a chuva lave a alma seca deles.

O rosto está OK, já a voz…

Whitney Houston está de volta, mas vamos combinar meu povo, a voz está seriamente comprometida, uma pena.

O vídeo foi liberado pela RS:

whitney Houston raises

Acendendo as lamparinas

Lamparina 2

foto de Elena Kalis

De dentro de um túnel muito escuro ela vem surgindo, pequenina, branca, mas muito segura, o peito aberto, cheio de ar, de alegria e de tentativas. As vontades se multiplicam conforme o clarão vem se aproximando de algo que parece ser a saída, afinal.  Ela tentará não ir com muita sede ao pote, geralmente essa não é uma boa tática, e geralmente ela não se segura, e se joga. Como acabou de fazer, em mares profundos e águas desconhecidas. Quando dá por si está à deriva, em meio a um oceano nadando em suas próprias lágrimas, como uma criança, ela continua com um brilho no olhar, um choro baixo para que ninguém perceba. Isso não importa, melhor deixar tudo para trás e chegar na margem. A margem…a superfície, o lugar. Será que ele realmente existe? Pode ser que ela o tenha inventado para seguir em frente, com o objetivo de perseguir algo. Deve ser por isso, que ela continua à procura esse tal lugar, um lugar que somente ela conhece, enquanto carregar uma lamparina que nunca se apaga.

Ironias perigosas

Pelezinho em 2014

Como já diz o presidente Lula, “…nunca antes na história desse país…”, se viu livros didáticos com poesia adulta. Até então, o que era impróprio na educação brasileira eram os problemas com escolas, professores, e alunos problemáticos. Desde maio, outro quesito nota zero entrou na lista. Crianças de 9 anos podem ter recebido em mãos, livros impróprios para a idade deles, e com linguagem adulta. Enquanto isso, todos (quem?!) estão muito ogulhosos pela escolha de São Paulo para ser uma das cidades sede da Copa do Mundo de Futebol a ser realizada em 2014 no Brasil.

Quem lê, viaja

“No começo do mês de maio foram distribuídos em escolas públicas livros de poesias do programa “Ler e Escrever”, alguns poemas apresentavam ironias e linguagem adulta, que as crianças ainda não conseguem entender. O jornal O Globo, versão on line, publicou numa matéria, veja esse trecho:

” (…) Na poesia ‘Manual de auto-ajuda para supervilões’, há uma frase que diz ‘Nunca ame ninguém. Estupre’. No mesmo poema, os alunos ainda encontraram frases como ‘Tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto’ e ‘Seja um pouco efeminado. Isso sempre funciona com estilistas’.

A outra poesia, ‘Perdido nas cidades’, tem um trecho que fala de um esquimó; ‘Meu amigo esquimó nunca me deixa só. E, quando estou prestes a congelar, ele mija em cima de mim’.

Esse é o terceiro caso de problemas com o material escolar registrado nas escolas estaduais de São Paulo neste ano. Em março, alunos da 6ª série do ensino fundamental receberam livros de Geografia com informação errada, em que o Paraguai aparecia duas vezes no mapa e o Equador sequer era ilustrado (…)”. 28/05 às 11h18 Leonardo Guandeline, O Globo.

A parte do “nunca ame ninguém, estupre”, é chocante. Fico imaginando a cabecinha da criança lendo aquilo. Detalhe: nao há ninguém da Secretaria da Educação para revisar os livros. Será que alguém se daria ao trabalho de fazer isso? Bobagem. Se eu fosse professora leria tudo antes de recomendar a meus alunos, daqui para frente. Agora o professor tem que revisar livro didático que chega pronto na sala de aula, e depois se precisar ele que arranque a página. São 818 obras constantes da lista do programa, até agora foram encontrados três livros com esses “erros”. Sabe-se lá quantos passarão pela vistoria feita às pressas, e chegarão às mãos de alunos.

“Vocês nunca mais vão ver nesse país um mapa do Brasil com dois Paraguais. Nunca mais. E, se alguém fizer errado, o Mec tem que corrigir”.

Palavras do Presidente Lula


Mais um gol de cabeça

Ser otimista em nosso país é uma luta inglória. Não é a voz de Cassandra, que vos fala, estou sendo realista, apenas. Não sou do tipo de gente que consome com culpa por que tem gente passando fome na Somália –  nada disso. Porém, veja bem, estou no Brasil, sou brasileira, e sei que, como sempre, o futebol, a festa, o samba, o suor e a cerveja, apagam da memória as mazelas políticas e as tragédias sem cura, que parecem ir junto com a ressaca pelo ralo.

Com todo o “perrengue” atual,  com tanta coisa para ser feita, ainda há que se construir uma grande do parte do país, devastado pelas chuvas, e pela seca, e agora toda essa mobilização para isso? Para reforma de estádio de futebol? Isso quer dizer que vão acontecer obras, e obras, e muito trabalho para muita gente, e muito faturamento,e aquelas licitações obscuras, etc.  Mas, não é só isso…e as obras nas cidades da região Sul atingidas pelas chuvas? Nem tijolos foram entregues até agora. Nossas doações foram feitas. Onde estão? Não sei, quem souber me explica. No fundo a gente sabe, mas será que queremos saber da verdade? Muitas perguntas.

Dificilmente me supreendo, tamanha a lama dessa política que aí temos. Confesso que dessa vez, gastei um tempo pensando nisso. Passei na frente da sede da prefeitura de Sampa, no Viaduto do Chá e vi uma trave com rede e tudo, decorativa, simulando uma grande área de futebol. E no meio da rede ficou posicionada a entrada do prédio com um furo por onde as pessoas podiam entrar e sair dali. Me pareceu mais uma malha fina, uma rede onde só caem os trouxas, automaticamente me lembrei do ditado popular, “caiu na rede é peixe”.  O Pelezinho devia chutar a bola na cabeça do prefeito, do governador e do presidente. E depois eles acordariam na ilha de Lost.

O processo todo começou, como de costume é muito simples. Basta continuar assolando as pessoas com festas e prêmios, ilusões, e a cereja do bolo, um campeonato de futebol. De quebra, vai ter trio elétrico na rua, mulatas sambando, e uma bateria de escola de samba, uma festa linda. Ah, e quem sabe um sorteio de casas próprias e carros, tudo muito democrático. Claro, afinal não é todo dia que se é sede de Copa do Mundo. Praticamente um cometa.

Pronto. Puf. Tudo resolvido, mais uma vez. Sul, Nordeste, alô Maranhão, vocês também estão festejando?

O plano de crescimento continua firme e forte, no crescimento de problemas, de castástrofes e de viagens de lazer pagas por nós, otários e contribuintes. Alguém me explica onde está o sucesso do governo Lula? Obrigada.

Brasil, mostra a tua cara quero ver quem paga pra gente ficar assim!

O fim do mundo como o conhecemos

1546108022_63f151a7fa

A cada dia, a confirmação me salta aos olhos, o fim do mundo como eu o conheço, como nós o conhecemos. Aparentemente, tudo está acontecendo normalmente, nada muda tanto para quem não presta atenção, apenas se levanta e aguenta mais um dia, afinal logo chega a sexta-feira, e no sábado pode-se dormir mais, é uma grande ambição. Repara que as pessoas se forçam a acostumar-se com o que as incomoda. Repara que tudo parece ser engolido, fica faltando saborear. Fica faltando aquele tempero, fica faltando…eu penso muito em muita coisa. Às vezes confundo a verdade com o que vi num filme, os diálogos são melhores, e os amores são esgotados, quase sempre.

A natureza agoniza, a violência aumenta, o amor é banalizado, o sexo é necessidade fisiológica, e cada vez mais a nossa casa, nosso lar, é realmente um refúgio. A gente entra, à noite, apaga as luzes, e se senta num canto. A sensação de ser uma peça da mobília é boa.

O controle remoto liga quase tudo, e nos desliga. O sol brilha, a chuva é a força reguladora da natureza, e Darwin deve estar morrendo de rir, onde estiver, nunca a descoberta dele foi tão comprovada. Os fracos não teem vez, só os mais fortes sobrevivem, não se sabe como, eles não falam sobre isso. Eles não falam com ninguém.

A gripe suína, me lembra aqueles filmes catástofre, no estilo Epidemia, ou Extermínio. Algo já previsto pelo cinema, as melhores bilheterias. Quantas imagens eu vi quando criança, e ainda eram ficção científica, agora funcionam na minha cozinha, e no Japão. Quem não se lembra de 2001 uma odisséia no espaço?, era quase uma profecia de Nóstradamus. Oh, as malditas máquinas, oh as benditas. Lembro bem de  A geração de Proteus, o computador adquire consciência humana e resolve que quer ter um filho com a mulher de seu criador. A aprisiona em casa, e se não me engano, consegue.

Acho que o fim do mundo, acontece dentro de cada um. A gente tem que construir um bem bonito, dentro da gente, antes de trancar a porta de casa, e de respeitar os toques de recolher.

Idioteque

Trilha sonora para hoje. Depois de Exit Music, gosto dessa. Dá para ouvir umas três vezes seguidas no volume 30 do mp3.

Não sei qual é a verdadeira versão, nem qual o “official” clipe.  Coloquei esse porque gostei mais da viagem. Escrever está meio complicado para mim, mas essa música me preenche e me parece daquelas que talvez tenha ouvido há muito tempo. Atual, verdadeira, e  me tranquiliza embora seja doentia e enlouquecedora, como todas as músicas boas.

Tenho me perguntado os motivos de eu ainda manter esse blog já que minha inspiração e vontade de escrever ande doida varrida, totalmente desregrada e desequilibrada. Mas, como nada tem muito nexo nem explicação plausível, e a maioria está realmente dando de ombros, eu continuo até onde eu achar que devo, que quero, ou enquanto o pulso ainda pulsa. Hum, profundo não? É.

Whatever darlings…

Tabacaria

Crer em mim? Não, nem em nada. Derrame-me a natureza sobre a cabeça ardente, o vento que me acha o cabelo, o resto que venha se vier…