Sabe aquela sensação de que vai morrer junto com o personagem do filme, ou sentir como se fosse com você, de verdade? É vendo filmes assim que se chora um mar de lágrimas. Eu selecionei alguns dos filmes que já assisti e que não consegui deixar de soluçar. Cinéfila absolutamente emotiva e romântica, acabei por selecionar os de coração partido em sua maioria. Antigos e recentes. Guerra, distância e amores difíceis. Minha lista dos dez mais chorosos.
Os clássicos
Doctor Jivago (Doutor Jivago), 1965, foi dirigido por David Lean (o mesmo de Lawrence da Arábia) traz o quase famoso na época, Omar Sharif (lindo!) como Iury Jivago, e sua amada enfermeira Lara, interpretada por Julie Christie. Os dois vivem um amor que mesmo difícil resiste uma Guerra Mundial. O primeiro clássico a gente nunca esquece, um amor sofrido que arrebata de cara. Destaque para belas cenas da revolução russa e de batalhas da Segunda Guerra. A trilha sonora levou o Oscar. Dr. Jivago está entre os 100 melhores filmes de todos os tempos.
Love is a many-Splendored thing (Suplício de uma saudade), 1955, uma das mais bonitas histórias de amor do cinema. Hong Kong, Mark Elliot (Willian Holden) é um correspondente de guerra e se apaixona pela médica Dra. Han Suyin (Jennifer Jones). O único grande problema é que Mark deixou mulher e filhos nos Estados Unidos. Um dos pontos altos da película é a maravilhosa trilha sonora do mesmo nome do filme em inglês. Ganhou o Oscar em 1955. Só de ouvir dá vontade de chorar.
Imitation of life (Imitação da Vida), 1934, tem o símbolo sexual da época, Claudette Colbert (Beatrice Bea Pullman), num dos primeiros filmes sobre racismo, tratados de uma maneira até bem explícita para a época. Beatrice trabalhava duro depois de ficar viúva, como graçonete, quando sua amiga a doce e dedicada cozinheira, Delilah (Louise Beavers), que faz panquecas deliciosas é descoberta por um empresário, juntas elas conseguem ficar ricas. Só falta Delilah ser amada pela filha que é “quase” branca. Prato cheio para quem gosta de filmes antigos como eu.
De uns anos para cá
Ghost (Ghost – do outro lado da vida), 1990, é quase um clássico dos grandes amores, e da choradeira, mas é tão lindo e tão verdadeiro, que é imperdível. Talvez por a história parecer tão próxima da vida real de todos ou porque é um pipocão daqueles maravilhosos, ou ainda porque o amor de Molly (Demi Moore), e Patrick Swayze (Sam Sweat) vai além da vida e da morte. Os dois atores foram alçados à fama. A trilha sonora consegue superar o filme, aliás, mais marcante ainda, a linda canção do The Righteous Brothers, a Unchained Melody. A combinação doovo com o moderno dá um tom bem interessante ao filme. Destaque para a jukebox de Molly.
The bridges of madison county (As pontes de Madison County), 1995, esse é um os meus preferidos, é insuportavelmente bonito e triste. O estupendo Clint Eastwood, na dobradinha de diretor e protagonista, é Robert Kincaid, fotógrafo da National Geographic, e a “monstra sagrada” Meryl Streep, é Francesca Johnson, uma dona de casa entendiada, que se vê só por alguns dias, livre do marido e dos filhos que tinham ido pescar. Foi o suficiente para o improvável acontecer. Assista e me diga o que você faria. Me quebra esse galho e assista. Você será presenteada(o) com belas cenas e interpretações únicas. Caixa de lenço e pipoca são acessórios indispensáveis. Até meu irmão chorou, e ele é durão. hehe.
De-Lovely (De-Lovely, Vida e Amores de Cole Porter), 2004, a vida de um dos maiores compositores americanos contada num musical. Uma das coisas mais legais deste filme é a variedade das participações que vai de Robbie Willians até a esplendorosa Natalie Cole. O filme é belo e triste porque a vida de Cole foi muito conflitante, especialmente no final, ela foi triste. É difícil segurar aquela lágrima que insiste em rolar quando Natalie Cole, desliza sua voz em “Ev´ry time you say goodbye”.
Brokeback Mountain (O Segredo de Brokeback Mountain), 2005, uma das histórias de amor mais tristes de Hollywood. Dois cowboys que se apaixonam depois de passarem um tempo juntos numa montanha isolada, são Jack Twist (Jake Gyllenhaal) e Ennie Del Mar (Heath Ledger). Chega a dar uma dor no peito, tamanha é a agonia dos dois. Certa vez eu disse que a cena de sexo mais triste do cinema é a de Despedida em Las Vegas. Sustento. Essa dos dois cowboys é uma das histórias mais tristes, porque é dífícil entre tantas a escolher no mundo no cinema, para uma cinéfila. Gyllenhaal e Ledger foram inteligents e corajosos, Heath encarna o típico reprimido, durão, Jake foi uma grata surpresa para mim. Curiosidade: o roteiro esperava por patrocínio desde os anos 90 quando foi escrito, e Heath quase quebrou o nariz de Jake numa das cenas de beijo.
Mi Vida Sin Mi (Minha Vida sem Mim), 2003, produção espanhola. Mais um dramalhão irresistível, Mark Rufallo como Lee, e Sarah Polley como Ann, a protagonista, ambos estão super bem no filme. O que você faria se só restassem três meses de vida?? Talvez fazer correndo um monte de coisas não feitas. A trizteza traz a reflexão sobre como se leva essa vida. A mãe de Ann, é interpretada pela ex-punk star Debbie Harry, do Blondie.
Olga, 2004, a super produção nacional, baseada no best-seller homônimo de Fernando Morais e dirigida por Jayme Monjardim, arranca lágrimas a qualquer preço. A maravilhosa fotrografia e o talento de Camila Morgado completam o drama real de Olga Benário. Olga era militante comunista, judia, e foi entregue grávida aos nazistas pela ditadura brasileira. Apesar de forte e decidida, não é necessário dizer como em tempo de guerra é difícil ser mulher.
Para fechar, um dos primeiros dramas, filmaço, com o qual me emocionei.
Terms of Endearment (Laços de Ternura), 1983, conta a emocionante história de três gerações de uma família, focadas na mãe, Aurora Greenway (Shirley MacLaine), e Emma Horton (Debra Winger) e no vizinho conquistador barato, o que inclui é claro, suas brigas, amores e coisas em comum. A relação doida e cheia de conflito acaba mudando radicalmente quando Emma descobre que está com câncer, e sua mãe se apaixona pelo vizinho. O longa é baseado no livro de Larry McMurtry e produzido pelo mesmo diretor de Melhor é Impossível, também com Nickolson. Atenção para a famosa cena, a melhor, de Jack Nickolson e Shirley MacLaine andando de conversível na praia. É choro que não acaba mais, você acaba se sentindo na sala de casa.